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Karatê-Do: Seguir o “Caminho de Mãos Vazias”

Publicado em 22 de junho de 2020 0 Comentários
Karatê-Do: Seguir o “Caminho de Mãos Vazias”

Seguir o “Caminho de Mãos Vazias”, assim há 38 anos nascia um Sensei de Karatê-Do e com ele o sonho de educar pessoas não apenas sobre o uso de técnicas de artes marciais, mas em como superar os desafios com coragem.

Como todo pequeno empreendimento, começamos com poucos alunos, mas que logo se transformaram em muitos praticantes, hoje me orgulho em ver que daquele grupo de alunos formaram-se outros Senseis. Se tudo deu certo é porque mesmo lá traz, com 20 anos, um rapaz acreditou na filosofia de que o Karatê-Do não é feito de resultados finais, mas sim uma forma de educar para enfrentar a vida, cada aula, cada prática, cada aluno é muito mais que apenas um trabalho, mas alguém para quem tive a oportunidade de transmitir princípios morais e espirituais que fazem o início da caminhada “DO”. Por isso agradeço a vida e a todos que de alguma forma me proporcionam (ou proporcionaram) transmitir o que pouco que conheço de Karatê.

Prof. Alfredo Aires 7o. Dan, Mestre e Licenciado em Educação Física.

Ichi-go, Ichi-e: Momento Único do Encontro de Uma Vida

Publicado em 20 de abril de 2020 0 Comentários
Ichi-go, Ichi-e: Momento Único do Encontro de Uma Vida

Neste momento que todos estamos vivendo, a nível mundial, tenho aproveitado para refletir sobre alguns conceitos da cultura japonesa que aprendo ao longo destes anos de pratica e estudo do Karate-do e que muito ajudaram a definir a minha pessoa. E como uma maneira de compartilhar esses ensinamentos que me ajudam a crescer trago a seguir trechos do artigo que fala sobre o conceito que nos faz raciocinar sobre nossos dias e não apenas vivê-los.

Juntando ideogramas diferentes, a língua japonesa tem a peculiaridade de construir frases sintéticas densas, com profundo sentido inerente à cultura e ao espírito japonês, como a expressão ichi-go, ichi-e”, que transmite um ideal estético ligado aos conceitos zen-budistas e à consciência da transitoriedade das coisas. Literalmente significando “um momento, um encontro”, sua conotação, porém, tem nuances e implicações que transcendem explicações ou traduções.

Ichi-go, ichi-e traz à consciência a proposição de viver ao máximo cada dia, hora, minuto e segundo. Fazer de cada momento um encontro único para ser vivido bem e intensamente.

Esse pensamento zen tem muito a ver com o chadô, cerimonial de chá japonês. Apesar de o ritual continuar o mesmo desde há séculos, em cada cerimônia deve-se concentrar a atenção e o espírito naquele momento, com aquelas pessoas e objetos, naquele ambiente particular. Então será criada uma experiência original e única, que nunca mais será reproduzida exatamente daquela maneira, ainda que no mesmo local, com as mesmas pessoas e os mesmos recipientes.

Nas artes marciais, esse conceito também se acha muito arraigado. Cada forma, kata, será praticada como se fora a primeira e única, com a máxima concentração e empenho, ainda que obedeça a regras tradicionais antigas, mil vezes praticadas e a serem praticadas.

A mesma postura se observa em todas as outras artes japonesas, como Ikebana, Shodô (caligrafia), Sumiê (pintura); e na contemplação da natureza – Hanami (flores) e Tsukimi (lua).

Por isso faça dessa situação adversa uma oportunidade para ver e viver os dias de uma maneira mais intensa, mais clara e principalmente proveitosa, cada minuto é um tempo que não volta, esteja por inteiro no seu treino, na sua refeição, não importa qual atividade esteja fazendo, apenas de fato esteja lá.

 

Fonte: Naomi Doy, Artigo no Site: Asia Comentada

Introdução por Alfredo Aires